Num mundo ideal, eu viajaria com
tudo pago e escreveria relatos sobre viagens, com dicas, comparativos, e etc.
No mundo real, eu só escrevo uma vez por ano, e nem sempre sobre a viagem que eu
fiz. Neste caso, por exemplo, faço um relato do intercâmbio do meu marido em
Toronto, hehe!
Por que o Canadá? Primeiro,
porque temos vontade de conhecer melhor o país que é apontado como uma das melhores
sociedades para se viver. Depois, e não menos importante (haha!) consideramos o
câmbio favorável à nossa moeda se comparado ao dólar americano, o que
contribui, inclusive, para que o curso no Canadá seja mais barato. E terceiro:
o inglês do Canadá é mais indicado por ter menos gírias e menos sotaque do que
o americano.
Queen St., uma das ruas mais famosas de Toronto |
Bem, preciso relatar que somos
pessoas assalariadas que trabalham o mês inteiro para pagar as contas e
realizar alguns projetos, e então fizemos como tantas outras pessoas na mesma
situação: a viagem foi planejada para coincidir exatamente para o período de
férias, sendo que o meu marido chegou em Toronto no dia 12/03 e o retorno foi
exatamente um mês depois, no dia 12/04, e o retornou ao trabalho no dia
seguinte.
Com a necessidade de conciliar
todos os compromissos do trabalho com a viagem, as passagens foram compradas
com menos de um mês de antecedência e, tendo em vista a diferença elevada de
preços dos vôos diretos para Toronto (só uma empresa faz vôo direto), optamos por um vôo com escala, que
poderia ser em várias cidades dos EUA, dependendo da cia aérea. Sempre deve-se
tomar o cuidado de não fazer escalas muito apertadas (o pessoal experiente
aconselha um mínimo de 3 horas), sob o
risco de perder a conexão e passar aperto e dor de cabeça longe de casa. Isso
foi dica de vários blogs e pessoas que viajam muito, e seguimos à risca,
optando por escala em NY (JFK) tanto na ida, com mais de três horas de escala,
e na volta, com mais de oito horas, no mesmo aeroporto. Graças a esta escala
mais longa na volta, meu marido conseguiu passear por algumas poucas horas em
Manhattan, ver as cerejeiras em flor no Central Park, e ainda chegar no
aeroporto com tempo de sobra pra evitar transtornos. O trânsito das malas foi
bem parecido com o da minha viagem pra SF: na ida, retirou as malas e passou
pela imigracão, despachando-as novamente em seguida rumo a Toronto. Na volta,
as malas foram encaminhadas automaticamente ao destino final, sem precisar de
qualquer interferência por parte dos passageiros. Bem simples, mas é sempre bom
perguntar, pois pode haver alteração.
Nós fizemos várias pesquisas
sobre escolas de inglês em Toronto, meu marido fez varias cotações, e achou
melhor fechar por conta. Por algumas questões, ele conseguiu fechar o curso de
inglês com menos dez dias de antecedência, o que rendeu alguma preocupação
extra: com a demora para compensar o dinheiro no Canadá, ele recebeu o endereço
da casa onde ficaria um dia antes da viagem. Isso confirma mais uma vez a
teoria da minha irma de que as coisas não são assim tao rápidas por la. Tem
suas burocracias, como qualquer lugar no mundo e foi pura emoção pra gente,
believe me. Não deixe para fechar negocio na ultima hora e a chance de ter
problemas ira diminuir.
O Fernando fez o curso na KGIC
(King George International College) e um dos pontos que contou a favor foi que eles aceitam alunos
novos todas as segundas-feiras, o que seria muito apropriado caso ele
precisasse adiar o curso por alguns dias. O ponto contra é que, neste método, você não entra em turma nova: é
feito um teste de nivelamento e o aluno é encaixado numa turma que já existe. As
turmas novas começam na primeira segunda-feira do mês, o que com certeza é bom
para quem tem mais de um mês para fazer o intercâmbio. Por sorte (para quem
precisa fazer imersão no idioma, óbvio), não tinha brasileiros na turma. Isso
obriga a pessoa a se virar com o que sabe desde o início, sem aquele perigo de
achar outro compatriota e falar a língua do país de origem porque é mais fácil.
Skyline de Toronto, visto a partir da Toronto Island. |
Aproveitando o ensejo, falarei
sobre o visto canadense – e esse assunto renderia um
livro. Temos passaporte com vencimento em outubro de 2016 e o visto estava
nele. Achamos perigoso viajar com um passaporte com menos de seis meses de
validade e meu marido fez outro, e foi aí que veio o susto, com menos de quinze
dias uteis do embarque dele: li por aí que não poderia entrar no país portando
dois passaportes se o visto canadense estivesse no antigo, já que ao emitir um
novo passaporte o anterior é automaticamente cancelado e o visto canadense
vence junto com o passaporte. Meu marido mandou e-mails para os consulados do
Canadá nos EUA e no BR, recebendo informações discrepantes. Os despachantes
também davam informações desencontradas. O telefone do consulado canadense no
BR é basicamente ‘feito’ de mensagens gravadas e (adivinha!) não fornecia esta
informação. Meu marido arriscou e se dirigiu até o consulado em SP e lá obteve,
através da recepcionista do prédio, a informação de que ele poderia entrar no
Canadá sem problemas, com a papelada do jeito que estava. Por precaução, meu
marido imprimiu e-mails do consulado e levou com ele na viagem caso tivesse
problemas. Essa parte foi uma angustia bem grande e não gosto nem de lembrar.
Enfim, deu tudo certo e passou pela imigração sem chateação. Mas é bom ficar de
olho porque a lei pode mudar, e surgir uma nova resolução. É o que a gente sempre
fala: o interessado que corra atrás. Embora seja um costume de muitos
brasileiros deixar tudo para os outros resolverem, ou não buscar informação, é
uma cilada achar que as coisas ‘caminharão’ sozinhas ou que algum órgão do
governo resolverá as coisas por você.
Por fim, vale dizer que há muitos
lugares no Canadá para se estudar inglês. Para nós, era importante conhecer
Toronto num primeiro momento, mas Vancouver esteve na lista por um tempo e
rolou orçamento pra estudar lá também. O único cuidado é atentar-se para o fato
de ficar na parte inglesa do Canadá, se a intenção é estudar inglês. E claro,
não esquecer que o Canadá é uma país gigante, com o inverno bem diferente do
nosso, e levar em conta a logística, seus principais interesses por lá e o que você quer ver. Profissionais da
área de TI tendem a ficar em Toronto ou Vancouver, mas há outras cidades
lindíssimas para serem visitadas por lá. Se eu pudesse escolher pela beleza da
região, certamente ficaria em British Columbia! Vale pesquisar o que é importante
e fazer a escolha com base nisso!
No próximo capítulo, vou falar de
estadia, custo x benefício de quem escolhe a modalidade home stay, transporte e
os primeiros dias de aula por lá! Espero que tenham gostado, se quiserem saber
algo mais pontual podem deixar nos comentários ou chamar inbox.
Até breve!
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