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20 dezembro, 2015

San Francisco - Dicas de alguns dos meus lugares preferidos por lá


Oi, gente!

Esse post é praticamente uma continuação do anterior, e será o último sobre esta viagem. E também, será mais sucinto, com mais dicas práticas. Sim, só estive lá uma vez e já tenho os meus lugares preferidos na cidade haha!
Começando, vou exibir o café da manhã na casa da minha amiga, porque esse foi exclusivo e se alguém te oferece Nutella e outras delícias já no breakfast, você sabe que é uma amizade firmada sobre a rocha! :-)

Breakfast. Com Nutella. 

 Agora, as coisas que vocês também podem ter rs.

Ruas charmosas:
- Chestnut Street. Ok, eu não encontrei esta rua, que fica no Marina District. Recebi várias indicações por lá, de lojinhas e lugares pra comer. Alguém poderia fazer o favor de comer um hamburguer com fritas na Causwells por mim?
- Union Street, também na Marina. Rua lindinha, com vários cafés, uma Sephora, uma Sur Le Table, e outras. Recomendo um breakfast/brunch no Rose's Cafe (2298, Union St), se possível, numa das mesinhas externas. Lindo lugar, comida deliciosa, e preço justo, custou algo em torno de $25,00 pp já com as tips e bebida.
Minha escolha no Rose's Cafe: ovos mexidos com espinafre e prosciutto.
- Fillmore St, Marina. Aqui, à noite, é a rua das baladinhas. Nós entramos em algumas, mas gostamos mesmo da Matrix (3138 Fillmore St), que não é muito grande, mas é bem agradável. 
- Market St. Centrão de SF, com muita conveniência. Farmácias, pontos de transporte público, com mall para compras e Marshall's, Ross, etc.  
- Ruas próximas à Alamo Square - As ruas da região são lindas e cheias de casas no estilo vitoriano, além das Painted Ladies. 


Ferry Builing Marketplace: já conhecido e com resenhas bem completas na internet. Só digo que vale a pena, recomendo muito degustar e comprar os azeites Stonehouse, e também o sal trufado deles. Além disso, tem várias opções de restaurantes, inclusive de frutos do mar, e também sorveteria, feira, e vários temperos diferentes. Mesmo visitando todos os lugares, não vai custar muito tempo, pois o lugar não é muito grande. Comi no American Eatery por um preço legal, acho que o combo de bebida+fritas+burguer delícia saiu por uns $15,00.

Lanchinho do American Eatery



Supermercados: 
Safeway: esse eu não conhecia, minha amiga que mora lá me indicou. Fazem sanduíches muito bons por cerca de $5,00, montados na hora, à sua escolha e, como é uma rede de supermercados, você vai encontrar em vários pontos da cidade. Na hora do aperto, achei um na Marina que foi a minha salvação, pois eu estava com fome, sede, e perdida haha. O mac&cheese deles também é muito bom! 
Trader Joe's: também descobri graças à minha amiga, ela me levou a este supermercado no meu segundo dia na cidade. Muita coisa orgânica, muita coisa gluten free, lac free, nuts, fora o resto! Vale demais a pena, tem tanta coisa diferente que eu nem sabia o que comprar primeiro... adoroooo a variedade dos supermercados nos EUA! Vamos ver se no Canadá também é assim...
Whole Foods: Fui na unidade que fica próximo ao Yerba Buena Garden. Esse é o mais carinho dos três, eu acho, mas vale muito a pena! Tem também produtos diferenciados, e dá pra fazer refeições por lá já que, além das estações com comida prontinha, tem mesas e alguns utensílios de apoio, como talheres, guardanapos, microondas. Fomos em NYC também, e adoro as frutas vermelhas, os queijos, iogurtes e as sopas, além de  comida japonesa, vegan, veggie e etc. Comprei leite de amêndoas de 1 L por $ 2,19. Sem açúcar, sem conservantes, orgânico, etc... isso mesmo. Vou ali me matar e já volto! Humpf!
Lobster Chowder, e rolinhos vietnamitas com salmão, no mercado que oferece até sushi vegano. 

As coisas que eu mais amo reunidas numa única prateleira. 

Almocinho no estacionamento do Safeway, no meu primeiro dia em SF.
Ainda na onda dos veganos e afins, a surpresa da pessoa quando descobriu que tem até linha de cosméticos veganos nas farmácias. Eu não sou vegana, mas imagino que deva ser bem estimulante e legal pra quem é, poder comprar suas coisas sem grande esforço e sem precisar de lojas especializadas pra fazer comprinhas! É incrível como eles tem de tudo, de tantas marcas, à disposição assim, sem precisar ir a mercados específicos! No Walmart, que é um mercado simples, sem firula, você compra desde probióticos, até remédios para menopausa, e fora o resto... 

Dentro do Westfield Mall (Market St), tem também um mercado cujo nome não lembro, mas não é difícil de achar, pois fica em uma das entradas. Mercado arrumadinho, com coisas de ótima qualidade, muito legal pra dar aqueles 25 min de pânico quando o brasileiro explorado não sabe o que comprar primeiro. Não é necessariamente barato, mas acessível demais para quem ganha em dólares.  No shopping há também opção de alimentação barata, e foi lá que conheci o Panda Express, chinese fast food. Pandora, Origins, a variedade de lojas é muito boa, mas não achei os preços atraentes, então comprei só o que precisava mesmo. 

Pertinho dali, na 4th St, tem uma Target, coladinha ao Yerba Buena Gardens. Quem for fazer comprinhas pode se deliciar com alguns restaurantes de fast food de comida tailandesa e chinesa. Seguindo pela Mission, que é paralela à Market,  fica o point da gastronomia do centro de San Francisco. Várias culinárias, do mundo todo. Foi ok andar por ali sozinha ao entardecer mas não sei se me arriscaria à noite. Dá pra aproveitar numa ida ao Whole Foods, por exemplo. 
Fast pad thai e chiken soup.
Vitrine tentadora dentro do complexo do Yerba Buena.

Em volta da Union Sq, nesta mesma região, ficam as lojas carésimas da cidade. Tem também a Macy's, com uma Cheesecake Factory no topo, uma Banana Republic, Tiffany's & Co e tantas outras! Nos arredores, tem Uniqlo (ótima para roupas de frio e pijamas e underwear e etc, amo essa loja rs) e uma Williams-Sonoma, que vale a visita só pela beleza! Coisa linda de viver, e de comprar, se tiver algo que você queira muito para a sua casa! O preço não é dos melhores, mas há opções de presentes e mimos para a casa por preço justo. Fui à Cheesecake Factory com um casal de amigos, e o lugar estava lotado! Acabei esquecendo de pedir o que me levou ali a priori: o cheesecake! Mas a comida é boa, o preço não é abusivo, e quem quiser enfrentar o vento tem vista da cidade a partir da área externa.

Essa região central é rica em mendigos, e rica em gastronomia também! Comida indiana, japonesa, mexicana, tailandesa, tem pra todos os gostos...  Na Sutter com a Mason St. comi num japa muito bom, Akiko's Sushi Bar, por um preço um pouco elevado, mas que ainda considero pagável. E tem também a Lori's, com várias unidades espalhadas na cidade, para um breakfast tipicamente americano. Comi lá à noite e achei um pouco gorduroso, waffle murcho, bacon estranho. Acho que custou uns $ 13,00. 
Lori's e seu bacon estranho.
E ainda, claro, tem a parte do Fisherman's Wharf, para os amantes de frutos do mar, com diversos restaurantes, inclusive dentro do complexo de lojinhas do píer, onde fica o Bubba Gump, que mais uma vez deixei de visitar, mas que é queridinho pelos brasileiros. Lá eu comi a sopa típica que vem no pão, que recebe o nominho de clam chowder e que tem essa aparência duvidosa mas é deliciosa!

Clam Chowder no Pier 33.
Raivinha: comi tanto e fui tão feliz que nem dei conta de comer tudo o que eu queria e ainda esqueci de ir a alguns restaurantes. Lembrei deles quando já estava em casa rs. Na Boudin Bakery, pedi algo diferente da típica clam chowder (sopa cremosa de frutos do mar). A moça anotou meu pedido errado e veio esse sanduíche de camarão. Muito bom, aliás, não sei se tem algo ruim nessa padaria. 

 








Na Ghirardelli Square, tem um lugar ótimo pra matar aquela compulsão louca por chantilly, sorvete e chocolate: a sorveteria anexa à loja de chocolates. O chocolate não é comparável a um Lindt ou Godiva, apesar de estar na mesma faixa de preço por lá, mas é o chocolate do lugar, a fábrica é histórica e importante para a cidade, e a loja de chocolates é a coisa mais linda, lotada de opções e você ganha um chocolatinho ao entrar na loja. Eu fui no mês do Halloween a loja estava fofa, com várias opções pra presentear. Bom, chocolate por chocolate, a gente encontra a marca deles em muitos outros lugares na cidade... e  até achei numa padaria em Campinas - SP haha! Mas entrar na loja deles e ver aquele tanto de chocolate reunido + os tanques de chocolate sendo misturado como era antigamente + essa abundância de chantilly num sorvete por $10,00 vale demais a pena e acho justo se permitir rs.




Bem, não acho necessário e nem elegante colocar foto de tudo o que eu comi por lá, até porque nem tirei foto de tudo. Mas pra finalizar, quero fazer uma menção honrosa para o breakfast no Big Sur Lodge, no Big Sur (dã!), com esse bacon mais perfeito do mundo! Salvo engano, custou $56,00 pra três pessoas, com bebidas e tips inclusas. Dentro do parque, respirando ar puro, sentados na parte externa do restaurante, na sombra das árvores rs. Perfeito!!




Bom, é isso. Espero que minhas dicas sirvam pra alguém, assim como as dicas dos outros servem pra mim hehe...

Bjs e logo venho contar da próxima viagem! Destino escolhido, só falta acontecer :-)

PS - Se alguém precisar de mais dicas, pode me escrever - taiza.soletti@gmail.com, que eu respondo o que estiver ao meu alcance.

Feliz 2016 a todos, com muitas viagens e realizações!!!  Peace!
 



 

Um pouco mais sobre San Francisco, e dicas de locomoção.



Aaaand... I'm back!

Antes de viajar (e eu repito: viajei tão pouco!), eu gosto de pesquisar tudo o que puder sobre a história do lugar, a cultura, o comportamento e dou ênfase à geografia do lugar. Não sei se é porque sou muito perdida para direções, ou porque gosto de me sentir segura e saber exatamente onde estou, mas faço questão de saber o nome dos bairros e as peculiaridades de cada região. 

Selfie com o bondinho, próximo à Estação Powell-Mason.
Na época das pesquisas, que nesta viagem começaram em cima da hora, pois eu não sabia se conseguiria férias, eu lembro de ter visto, aqui e ali, recomendações de roteiros de 4 dias em San Francisco. Entendo que muita gente faça isso pra aproveitar pra conhecer a costa da Califórnia, e aí realmente é necessário otimizar bem o tempo e fazer escolhas mais específicas, mas San Francisco tem tanto a oferecer... sei lá. Cada um faz o que bem entender  de suas férias, mas considerem com carinho dar uma chance e gastar mais tempo por lá, se puderem. Eu fiquei 7 dias inteiros só em SF e não foram suficientes. Desta vez não visitei museu, deixei de conhecer alguns bairros que eu considero interessantes... tudo bem, eu gastei um tempo nas lojas do centro e passeando nos supermercados (adoooro), mas considerem que eu estava sozinha e preferia voltar para o hostel mais cedo. Tirei o Castro, Mission Dolores e uma ida ao museu porque surgiu uma super oportunidade de ir para o Big Sur com meus amigos. Para incluir mais museus, a visita à escadaria decorada, e um piquenique nos parques, nem sei como eu faria em 4 ou 5 dias, como muita gente sugere!
Tive a oportunidade de conhecer a cidade com uma amiga residente há 9 anos na região de SF e valeu demais a pena! Conheci lugares que apenas o pessoal de lá visita, por serem mais retirados do centro, e onde eu dificilmente chegaria sozinha. Achei a experiência muito enriquecedora, pra mim foi um presente ter amigos na cidade e eles me mostraram vários destes lugares.Gratidão <3
Em viagens anteriores, segui um roteiro “à risca demais” e quis fazer diferente em SF. Deu certo, mas deixei passar alguns lugares, e ainda assim foi perfeito. Acho que San Francisco é bem “ou você ama, ou você odeia”. Eu amei. Amei o povo, a subida dos bondes nas ladeiras, o Fisherman’s Wharf lotado de turista, a infinidade gastronômica espalhada pela cidade mas... o que eu mais amei de verdade foi o pessoal de lá, extremamente amigável. Se prepare pra afiar o inglês em conversa com os cashiers das lojas, pra ouvir sobre os Blue Angels (esquadrilha da fumaça) nas ruas, pra um senhor sentar ao seu lado no supermercado pra tomar um lanche e perguntar “What kind of soup do you have?”. Mais um motivo pra voltar pra essa cidade lindinha e cheia de energia boa!

Dicas de roteiro: diferente de NY, que é absurdamente plana, SF tem várias subidas e descidas. Leve em conta que você anda com uma mochila que vai ficando cheia ao longo do dia, então é melhor pensar tudo com cuidado. Eu estava viajando sozinha pela primeira vez e pode passar despercebido o fato de que eu não teria ninguém pra revezar comigo o peso das compras. Posso estar exagerando? Talvez. Mas acredito que estou na média brasileira das pessoas que sentem dor nas pernas depois de passar um dia inteiro andando pra lá e pra cá. Subidas, descidas e, no fim do seu primeiro dia você me conta o que achou rs.  Peguei roteiros aparentemente bem interessantes na internet, com rotas já traçadas, mas na prática vi de cara que não ia dar certo. Não fiquei chateada mas, se você é do tipo que gosta de seguir cada rua que colocou no roteiro, pode se sentir um pouco frustrado no começo. Depois vai ver que SF vale a pena de qualquer jeito. Teve a Coit Tower, que deixei pra ir num dia depois do Embarcadero e quando vi a subidinha, pensei melhor. Como não era prioridade pra mim, achei melhor não ir.   Então, cuidado nesta parte, ou vai pedir clemência já na ‘subidinha’ da Mason St. 
Linha F: muito útil para turistas pela primeira vez na cidade.
Caminho de uma das linhas do bondinho, na altura de Chinatown.
 Pra ajudar de forma geral, o centro é baixo e se você for em direção ao Embarcadero (toda a região dos píers e que vai até o Fisherman’s Wharf) com a linha F do Muni, não vai sofrer com subidas ou descidas. Agora, se for do centro da cidade pela Mason, Powell, e etc para o Fisherman’s Wharf, sugiro que não judie das pernas à toa. O Pacific Heights é uma subida e tanto, e você vai passar por ele para chegar ao Marina District, que seria um planalto; você vai passar por uma subida enorme também para chegar a Nob Hill, e tem bondinhos (cable cars) que fazem este trajeto, não há necessidade de cansar tanto. Minha irmã ficou por lá há algum tempo e andou muito a pé, certamente viu coisas que eu deixei passar, mas atesta o poder das subidas com ângulo de inclinação de quase 45º. Para a Marina District, não tem bondinho, mas você pode caminhar até lá a partir do Fisherman’s Wharf. É uma bela caminhada mas vale a pena para mudar o conceito que a gente tem sobre o que é morar bem de verdade rs. O que me deixa absolutamente encantada é que as casas, apesar de habitadas por pessoas com uma super condição financeira (os preços de moradia em SF são muito inflacionados),  não tem muros. As que ficam de frente para a marina são assim, com mini jardins, e aquele janelão de vidro no andar de cima com uma vista estonteante para a baía. 

Nob Hil: moraria! Lugar lindo, cheio de gente bonita - e rica.
Voltando a falar de locomoção, Nob Hill é favorecida com duas das três linhas de bondinhos que ainda operam em SF. Caso você queira parar no topo da Lombard St., é só pegar a linha Powell-Hyde e não tem erro.O topo da Lombard também é o topo do morro e de lá, você pode descer sem pressa, com vistas incríveis. Esse passeio pode ser combinado com muitos outros, mas geralmente as pessoas gostam de combinar com a Ghirardelli, Fisherman's Wharf, e até com a Marina! Existe a possibilidade de combinar com o passeio pela Grace Church, que fica muito próxima ao Fairmont Hotel, onde os figurões ficam hospedados quando em San Francisco, e que já apareceu em vários filmes. Só faria uma ressalva: deixaria a Lombard por último neste dia, porque depois de descer a ladeira, deve desanimar um pouco fazer o caminho contrário.

Um desenho tosco de risquinho e bolinha. Risquinhos: subidas críticas rumo aos Heights da cidade. Bolinhas: lugares que os turistas querem conhecer em SF. 


De Nob Hill a Chinatown. Descida total e, a uma caminha da razoável, o centro financeiro e o Ferrybuilding Marketplace.
Eu cheguei a comentar com alguns amigos que a minha viagem seria para Toronto, mas San Francisco me pareceu mais fácil pra uma primeira vez viajando sozinha. Eu acabei tendo de fechar tudo com um mês de antecedência, o que considero um prazo bem apertado, e sem dúvida o fato de rever minha amiga em San Francisco deu uma forcinha! Acabei conhecendo gente nova, foi legal demais ter boas companhias por lá e encontrei amigos da minha irmã também. Só para me mostrar que o mundo é tão grande e tão pequeno ao mesmo tempo! Isso me fascina!

Volto antes de 2016 com algumas curiosidades e dicas de lugares que visitei, e idéias de preços também. 

Obrigada pela cia, me perdoem pelos mapinhas toscos. Nasci pra dividir informação, mas nem sempre consigo fazer direito rs. 
See u!

26 outubro, 2015

Um breve relato: San Francisco - CA /2015


Oi pessoal, tudo bem?
Vim compartilhar com vocês a minha experiência de 8 dias em San Francisco. Primeiro, porque eu amo escrever e falar sobre viagens, mesmo viajando tão pouco. E também porque peguei muita informação e acho justo retribuir. Esta foi também a minha viagem sozinha (o marido não pode me acompanhar), e teve muito significado pra mim: aprendi que mesmo os mais perdidos conseguem se achar quanto há vontade/necessidade envolvidas. Eu tinha uma quantidade razoável de dólar comprado, que sobrou de outra viagem, o que amaciou a crueldade do dólar a 4,20. E ainda por cima, veio Murphy esfregando sua lei no meu nariz, e com uma pá de cal na minha cabeça pra mostrar quinhé que manda: foi só chegar lá que o dólar baixou pra R$ 3,70.

Vôo: Consegui uma promoção da American Airlines. Não, não foi o bug das passagens por R$ 400,00, mas foi um preço razoável. Não tive correrias nem na ida e nem na volta, pois foram escalas de mais de 3 horas e meia em LA. Chegada e saída do aeroporto GRU – SP. O vôo de ida atrasou: saída programada às 22:00 horas, mas só saiu às 5 da manhã do outro dia. A AA resolveu tudo e nos encaminhou a um hotel ótimo, acho que nunca fiquei num quarto tão luxuoso antes, e enviou ônibus para buscar os passageiros. Ofereceu também voucher de refeição, e táxi se precisasse. E eu ainda cheguei mais cedo em San Francisco do que se tivesse pego o vôo normal.

Hospedagem: com o dólar nas alturas, e com o precinho das hospedagens em SF, achei de grande valia ficar em hostel. Nunca tinha ficado, então a escolha foi basicamente pela localização, sempre levando muito em conta relatos de quem já se hospedou lá. Fechei com o HI Downtown e pra mim foi perfeito. Não sei se existe uma opção melhor em SF em termos de hostel, mas este fica bem próximo de muitas conveniências pra quem quer fazer compras (Ross, Marshall’s, Target, Macy's, Uniqlo, etc), comer bem (SoMa ou South of Market e redondezas), ou pegar transporte público. Se eu, que sou conhecida por me perder até em garagem de prédio pequeno, consegui me achar, pode ter certeza de que você irá sobreviver. Além disso, achei o pessoal do hostel ótimo e muito organizado, souberam me informar tudo o que precisei, inclusive tinham alicate pra abrir os cadeados das malas no dia em que perdi as chave. Fiquei em um quarto compartilhado feminino com banheiro privativo e não tenho queixas. No espaço embaixo da cama cabe uma mala média, se você for com mais de uma mala, eu aconselho a levar alguma coisa tipo uma correntinha pra prender a mala com cadeado. No quarto em que fiquei não havia o lock pequeno para documentos e não há este tipo de serviço na portaria (cofre, etc), mas achei tudo muito tranquilo e passando o cadeado não há problema algum. Prós de ficar em quarto compartilhado: ganhei uma amiga e coloquei o spoken english pra funcionar. Contras: dividir quarto e banheiro. A cozinha é muito bem equipada e tem café da manhã, que não é variado, mas perfeitamente aceitável pelo preço e levando em conta o quanto a nossa moeda está desvalorizada. E sempre tem café quente, o que pra mim é bem importante! Você pode, ainda, comprar suas coisas e deixar com etiquetas para cozinhar ou incrementar o café da manhã, ou tomar café fora, como fiz várias vezes. Ao lado do hostel tem uma unidade da Lori's, e muito perto vi outras opções, incluindo um Starbucks.
 
Na Market St, pertinho da estação Powell-Market.

Locomoção: andei três quadras até a estação Powell-Market e, do lado de fora dela, bem na frente de quem desce a escada rolante, tem um centro de informação ao turista. Lá, paguei $35 pelo transporte ilimitado para 7 dias, e mais um informativo bem útil sobre a cidade. Quando você paga, ganha este cartãozinho ali embaixo, e é preciso raspar com a unha ou uma moeda o mês e os 7 dias consecutivos em que o cartão será usado. A menos que vc compre menos dias, aí raspa menos dias, obviamente. Atenção: o Centro de Informação abre às 9 a.m.
Na Powell St., do lado da estação, é o ponto de saída dos bondinhos (cable-cars), cujo passe está incluso neste cartão que acabei de mencionar. Nesta estação, é possível ver a manobra dos bondinhos, o que é bem interessante, já que a força que gira o bonde é a do motorista e de seu ajudante. Na Market St., a avenida grande e movimentada que intercepta a Powell, passa a linha F dos ônibus elétricos, que percorre boa parte da Market e até o Fisherman’s Wharf, passando pelo Ferry Building, e pelos Piers, inclusive o 33, de onde saem os cruzeiros para Alcatraz.
Segurança: li muita coisa, mas uma amiga que mora lá e conhece a cidade há muitos anos me tranquilizou muito. A cidade é tranquila e completamente possível explora-la sozinha, me senti muito mais segura no centro de SF, a milhares de km de casa, do que aqui andando sozinha no centro da minha cidade.
Compras: Com o dólar nas alturas, porém, não achei a cidade interessante para compras, o que eu comprei foi no Wallmart que fica fora da cidade, aí achei que algumas coisas compensaram.Eu gosto de comprar algumas coisas em algumas lojas específicas, tipo Banana Republic (gosto muito das roupas de lá, combinam comigo), Uniqlo (amo),  Sur Le Table (coisas para casa) e coisas de supermercado municipal. Isso, claro, sem deixar de garantir as passadinhas na farmácia e supermercados e também nas lojas baratas, tipo Marshall's, Ross, Target. Fiz bons achados lá, mas consomem um tempo razoável. 
Passeios: fiquei 8 dias, já descontadas as chegadas e saídas. Eu gosto bastante de ficar o máximo que eu puder numa cidade só, não curto a idéia de ficar dois dias em cada cidade, nunca fiz e provavelmente não farei no que depender de mim, é claro. O esquema dos ônibus é bem intuitivo e fácil de entender. Descontei um dia para um passeio no Big Sur, como eu gosto muito de visitar supermercados e farmácias nos lugares que visito, pude gastar um bom tempo checando estas coisas. Mas se você não gosta, ótimo também, porque vai ganhar ainda mais tempo! San Francisco é uma cidade que tem muito pra oferecer, e muitos homeless nas ruas. Os da região em que fiquei hospedada não me ofereceram perigo, mas eu costumava estar às 20 horas no hostel se estivesse sozinha. Nos dias em que estiquei mais no jantar e precisei voltar, estava há poucas quadras de distância e também não tive problemas. Depois de NY, eu adotei uma política bem radical de relacionamento interpessoal em viagens: fico bem ligada sempre pra ver se a pessoa é daqueles  cri-cris que vão implicar com tudo (acredite, no primeiro mundo tem disso e muito), e também passo longe dos doidinhos. Não é preconceito, é autopreservação! Se você me acha chata ou pensa que julgo o livro pela capa, pega um desses e leva pra cuidar em casa, você vai ver que delícia que é rs. Minha tática funcionou muito bem, obrigada! Eu sigo o meu caminho, desvio dos malucos e não olho pra trás!

Estou organizando um post com dicas de relevo, digo, de locomoção na cidade. Preciso ver mapas pra entender as coisas e vai que tem gente igual a mim perdida por aí né? Então fiz até  com figurinhas rs. Depois compartilho com vocês. Obrigada a todos e espero ter ajudado em algo :-)
San Francisco é linda, é especial, e vale muito a pena! Bjs!





18 abril, 2015

Relatos de intercâmbio da Gigi: Parte I - Maturidade

Amadurecer parece algo bastante complexo quando paramos pra pensar sobre isso. Penso que amadurecer é um processo natural. Mais fácil para alguns, demorado para outros. E todos conhecemos pelo menos uma pessoa que parece que nunca amadureceu. Mas o fato é que ninguém dorme e puff!, acorda maduro. Penso que cada pessoa tem o seu tempo. Às vezes, algumas situações aceleram o processo.
Neste post, vou falar de como cresci fazendo intercâmbio, ou de como fazer intercâmbio me fez crescer.
Eu estava no terceiro ano de Letras quando uma sugestão da minha irmã veio de encontro a um sonho que eu tinha: porque você não faz um intercâmbio pra melhorar o Inglês? Topei. Mas parecia que o dia nunca iria chegar, tinha de passar pelo processo da agência que escolhi, parecia meio distante. Mas fui, passo a passo as etapas foram se fechado, e deu tudo certo. Finalmente chegou o dia de deixar o BR. Eu, sempre vaidosa, estava levando apenas uma bolsa e uma mala. Todos os anos de trabalho e foi isso que levei. Todo o resto foi distribuído entre as mulheres da família e em doações.
Morar fora parece uma idéia muito interessante, pois normalmente pensamos somente na parte divertida disso. A liberdade, as viagens, novas culturas, novas pessoas, compras, produtos de beleza a preço de banana. Ter a oportunidade de se reinventar, de ir pra um lugar onde ninguém te conhece e você não conhece ninguém. Deixar pra trás os mesmos problemas que já te tiraram o sono por tantas vezes! Tentador, não? Quem nunca pensou, “Ah, se eu pudesse fugir pra um lugar novo onde ninguém sabe quem eu sou, eu faria tudo diferente!” Ou mesmo, quem nunca teve vontade de embarcar num ônibus e ir sem rumo por vários dias?
Más notícias: quanto ao ônibus, você terá que  descer dele em algum momento. E os problemas? Eles são como as suas malas extraviadas pela companhia aérea: em algum momento elas batem à porta da sua casa. Alguns, assim como algumas malas, dão um jeito de chegar bem rapidinho.
Mas então, qual é a parte boa de morar fora por algum tempo, além das viagens e de aprender um novo idioma? Crescimento é a resposta. Ok, first things first: Como disse anteriormente, isso acontece de forma e intensidade diferentes para cada indivíduo. No meu caso, posso dizer que cresci mais em 2 anos e 4 meses do que fiz em 25. Uhum, bem isso! 
Me mudei para Hanover, New Hampshire, USA, em 2012. Uma cidade pequena, pouco conhecida, que sempre tinha de explicar que ficava perto de Boston, ou a três horas de Montreal, para que os outros tivessem um ponto de referência. Mesmo pequitita, lá tudo funcionava e muito bem.


                                                     

A intenção era ficar por lá um ano, talvez dois. Porém, se você for pra NH na metade de novembro, quando o vento do outono já pelou as árvores e a neve ainda não as cobriu, você começa a pensar que se conseguir ficar por um mês já será lucro. Agora, some isso ao fato de não conhecer ninguém lá além da sua host family, e o seu inglês ser nível iniciante. Não nos esqueçamos de adicionar mais alguns ingredientes à sopa: comida diferente, cultura extremamente diferente, leis diferentes, trabalho diferente, pessoas diferentes. Pronto? Sim, então agora, senta e chora. 
E depois de chorar todas as noites por vários dias, surge a idéia brilhante da semana: voltar pra casa dos pais! Sim, isso mesmo! Vou dizer pra minha host family que não dá mais pra mim, que não agüento nem mais um minuto, que estou morrendo aos poucos e que por isso  preciso voltar pra casa. Eles vão entender! Até porque, não tenho vínculo com eles, mal os conheço e nunca mais os verei na minha vida. As crianças são muito fofas e lindas, mas eu prefiro os adultos e os gatos. Então é isso, tchau, nice to meet you all! 
Nessa hora, em que olhei para a única mala que havia levado e ainda não havia desfeito completamente, o primeiro pensamento foi tipo: Vou embora!  Mas como?
Pois é, isso é o que eu queria saber também. No meu caso, eu havia investido nisso todas as economias e tomado emprestado algum. 
E agora?
Então, agora, não é que o primeiro dentinho da maturidade estava começando a crescer? Sem saída, você pensa: sinto muito, gata, mas você não tem opção. Terá de ficar até recuperar essa grana. 
Hum, pensa que foi fácil ouvir um ‘não’ da maturidade? Mais umas duas semanas chorando todas as noites até aceitar a idéia de que estava pobre e tinha que ficar na sofrência até juntar dólares pra tão sonhada carta de alforria e voltar correndo pra terra das palmeiras onde cantam os sabiás. 
Mas aí, percebi como é impressionante a capacidade de amadurecer rapidamente quando a necessidade nos obriga. Depois de 3 ou 4 semanas já me sentia bem melhor. Senti que era melhor ficar. Que eu não teria uma outra chance dessas por um bom tempo. 
As minhas responsabilidades aumentaram muito depressa pra acompanhar a minha liberdade. Penso que quanto maior for a liberdade maior é a responsabilidade. Acredito que a maturidade anda lado a lado com a necessidade. A necessidade de tomar decisões. Desde ter que decidir entre comprar uma roupa linda ou abastecer o carro pra uma short trip até de estender ou não o intercambio por mais um ano. A necessidade de ter que chorar sozinha no quarto morrendo de cólica. De  dormir sozinha numa casa no meio do nada quando a host family viaja e justo naquele final de semana que dá um tornado e a luz cai. Acordar de manhã cedinho e ver que o urso tentou comer a abóbora de Halloween que estava na porta da casa. Opa, e se ele está ao redor de casa, certamente anda pelas trilhas em que você costuma correr livre e solta no final da tarde. A necessidade de ter que arrancar o carro do meio da neve e dirigi-lo por ruas muito escorregadias. Respeitar as leis onde não se pode dar “o jeitinho brasileiro”. Ver o quanto os seus pais podem envelhecer em pouco mais de dois anos, e o medo de acontecer alguma coisa quando você está longe. Ver que a vida passa e que para acompanhá-la precisamos deixar para trás muitas coisas. Mas essa maturidade que cresceu em você nesse tempo em que ficou fora te dá sabedoria para largar pelo caminho aquelas pessoas tóxicas que sugaram a tua energia por toda uma vida e você nunca se deu conta. Junto com elas, largar também bagagens desnecessárias que muitas das vezes nem eram suas, mas que por algum motivo você carregava. Ver que, na maioria esmagadora das vezes, o melhor é acumular experiências e não tralhas.
Com todos os altos e baixos, digo que foi uma experiência enriquecedora! Eu dirigi por vários estados dos EUA, pelas rodovias mais lindas! Escolhi uma árvore, que fica vermelha no outono, pra ser minha. Nos próximos posts vou contar tudo de lindo que vi por lá, dos programas de final de semana em uma cidade pacata, e de como os brasileiros se unem quando estão longe de casa. Vou contar sobre como as pessoas não precisam ser barulhentas e encostar em você o tempo todo para mostrar que te admiram e que tem carinho por você.
 Ah, a volta! Você volta pra casa com o espírito livre. Com os ombros leves. Com o sorriso maior. E quase tendo que carregar um HD externo acoplado à sua cabeça pra armazenar todo o conhecimento que adquiriu no pouco tempo em que esteve fazendo parte de um programa de intercâmbio. É claro, volta reclamando do preço da gasolina e do valor que cobram por um sorvete da Haagen-Dazs. Uma vez que você prova da liberdade, não aceita mais a escravidão. 
Às vezes, não me sinto parte de onde estou agora, ou de onde estive ontem, mas a parte boa é que agora, tenho maturidade para lidar com isso também.